Dilma assume negociação com líderes aliados

Com a perspectiva da votação de propostas indigestas para o governo nesta semana, quando deputados e senadores retornam das férias, a presidente Dilma Rousseff vai entrar em campo para enquadrar os aliados. Dilma vai se reunir hoje com líderes de partidos de sua base de apoio, no Palácio do Planalto, para acertar a pauta dos próximos dias. Descontentes com o governo, até mesmo aliados prometem aprovar o Orçamento impositivo e derrubar vetos presidenciais que aumentam os gastos públicos. “O que temos conversado é sobre como melhorar a relação do governo com a base aliada e vice-versa. O fato de a presidente Dilma indicar que vai fazer reuniões é um ótimo sinal, porque cria uma expectativa positiva”, disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Antes do encontro com Dilma, os aliados terão um encontro com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, alvo de críticas por causa de problemas enfrentados pelo governo na articulação política. “Foi o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo, quem telefonou para mim informando sobre a reunião com a presidente Dilma, no fim da tarde. Eu acho ótimo”, afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi. Ele e o ministro do Trabalho, Manoel Dias, também foram convocados para um encontro com Ideli na terça-feira, 6.

A iniciativa de Dilma, porém, é criticada por aliados descontentes com a articulação política. “Não acho que seja papel da presidente nem de Aloizio Mercadante (ministro da Educação) fazer isso. Acho que é preciso dar poderes para a Secretaria de Relações Institucionais, para Ideli, o que não foi feito até agora”, disse o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Entre os temas que tiram o sono do Planalto está a votação do Orçamento impositivo, que o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pautou para quarta-feira, 7. A decisão de Alves deixou “perplexos” integrantes do governo.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, chegou a dizer que a imposição do pagamento das emendas poderá ser questionada na Justiça. “Tenho dúvidas de que esse projeto será votado, até em razão da dinâmica que teremos nesta semana, que é de retorno das atividades”, argumentou o líder do PSD na Câmara, Eduardo Sciarra (PR). (das agências)

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